Preguiça de contar tudo, então eu miniconto!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

B em G

É Sexta,
às 7
é frio.
E ela
em seu
pescoço
em
todo o seu
corpo
traz o sol.
Nosso
pescoço,
meu corpo,
sol do mundo
amor-mudo.
É sexta,
minha
sétima mulher
oitavo olhar,
na
décima quem sabe
eu
aprenda o que é
amar.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

- Ok, testando!

Estava sentada distante, a claridade incomodava mas gostava da sensação. O ônibus estava vazio, podia escolher qual lugar fosse melhor, inclusive os que batiam pouca luz. Escutei uma mulher falando com a voz enrolada e aquilo chamou atenção, como era horrível aquele murmúrio, aquela tentativa de ordem. Fiquei com raiva da voz da mulher, contudo, queria entender o que ele estava falando e com quem. Olhei, ela estava sentada nos últimos bancos, que são cinco poltronas em uma mesma fileira. Estava sentada na poltrona perto da janela e gesticulava para o lado, parecia não ter ninguém ali. Impulso de levantar e sentar na mesma fileira, senti um pouco de nojo, a mulher era feia e estava mal vestida, parecia bêbada ou doente mental. Sentei na poltrona do meio e para surpresa, tinha uma menininha sentada na outra extremidade da fileira. Era bem magrinha, clarinha, bonitinha, de tão pequena, não dava pra ver que estava sentada ali, a poltrona da frente cobria seu rosto. Senti uma enorme simpatia pela menina que olhava atentamente pela janela, ela parecia gostar do ventinho que batia no rosto. A mulher voltava a resmungar e agora eu entendia, ficava mais feliz por isso, tinha cumprido meu objetivo. A menina não dava um mínimo de confiança, mas, parecia não sentir raiva, eu sentia raiva por ela, como poderia aquela hora da manhã estar bêbada e ainda com uma criança. Eu tinha que beber, pelo menos um copinho, tinha um teste pra fazer, eu tinha o direito de fazer isso, ela não. Pensei que ela poderia ser doente mental, senti culpa por ter raiva dela, fiquei confusa, estava atrasada para o teste. Senti vontade de criar a menina, eu poderia ser mãe dela ou eu nem poderia cuidar de mim mesma, queria uma solução. A mulher deu um grito que parecia arrastado; acordei dos pensamentos com ela fora do ônibus arrastando a menina pela rua. O próximo ponto era o meu, tinha que esquecer aquilo tudo pra dar lugar a outra tensão, o teste que tinha que fazer.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

________________________________________________Verti

Tentei apoiar-me na parede.
Que parede? Já caí, 1,78 que mais parecia 50. A falta de oxigênio costuma a causar isso nos seres. Parece que puxei, prendi e esqueci de soltar, e tudo gira ao mesmo tempo. A coca-alcoólica e cigarros para tratamentos específicos não soam mais como realidade...
Culpa da falta de oxigênio.
E como fugir das alucinações?
Voltando a respirar de novo, e sentir de novo o velho veneno, e fazer de novo o que todos perguntam, e cair na secção nostalgia que antes era rotineira, chorar, chorar, lembrar e ver que o estado de sanidade mental voltou.
O barulho ao fundo na verdade, é o despertador que serve para lembrar-me que:
Puxei você à força para os meus braços, prendi mesmo sabendo que choravas e continuo não querendo soltar, mesmo sendo constantemente lembrado.
Tudo isso causado pela falta de oxigênio...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

1

se negou, disse não. Bateu porta e foi embora. Prometeu não mais voltar, confidenciou a si mesmo, baixinho, enquanto descia a escada, que mesmo a essa hora encontrava-se escura. Já na rua fez sinal para o primeiro coletivo que passou sem se importar com o destino, da esquerda para a direita, esse seria o trajeto naquela rua longa e reta. E assim foi.





terça-feira, 5 de janeiro de 2010

dois

Veio de tão longe, e me trouxe pra mais perto de mim. Me fez lembrar de coisas já esquecidas, eu que já estava farto do magro, do sem graça, sem sal, agora provava o gosto doce desses dias. Não sei quantos, mas esses tantos talvez me bastem, de fato me farão falta, mas a presença dos mesmos não ficarão no vazio, no abismo dos quilômetros.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

- A agregada.

- Pra cada fase ela escolhia uma mãe. O pai, escolheu o meu. O irmão, pegou emprestado. Ela queria ser mais eu do que eu mesma, que nunca liguei pra nada. Contudo, eu e ela sabíamos que ela não era a herdeira (Talvez, nem eu seria).

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Chuva de pipocas, línguas estrangeiras, desejos de paz e tudo mais.
As equipes de reportagens chegaram. Chove muito, chove corpos, chove sono às cinco da manhã. A publicação preocupa, meus olhos vermelhos funcionam como mina e terminou todo meu estoque de lenços de papel.