Preguiça de contar tudo, então eu miniconto!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Frases do Fim...




Infeliz a hora que eu disse sim. Me levantei por hora ansioso, calcei qualquer tênis escondido em baixo da minha cama, em uma olha rápida não via nada que não fosse caos, tive trabalho maior que eu queira para encontrar um par de tênis azuis, colhi meu jeans do chão e passei a mão na primeira camisa que meus braços alcançaram dentro do meu armário de cedro, que mais parece um lugar anacrônioco do meu quarto cercado de poster de ícones do rock morto. E o passado morreu com todos eles e dou graças todos os dias. Após vestido caminho a passos lentos dirigindome ao banheiro e viro apenas o pescoço tentando alcançar com o olhar o relógio da parede da cozinha, com sempre estou atrasado deveria ter dito um horário mais tarde, mas queria acabar logo com isso. Jogo meu rosto em direcção a pia e me lavo como se precisasse de ajuda para sair de casa, sabia eu que minha ajuda não era límpida, liquida e muito menos inodora.
Volto a meu quarto meto minha mão dentro do meu casaco e puxo todo ânimo que me resta e era bem pouco, escolho um livro grosso aleatoriamente na minha estante, "crime e castigo" de Dostoievski, por alguns segundo me recordo da minha leitura e de como é belo esse amargurado russo, jogo-o na cama de bruços esparramo todo animo sobre ele, ajeito cuidadosamente para não perder nem um pouco, e acordo novamente para o dia, como se tivesse injetado o sol dentro da minha cabeça, seria capaz de descer os 11 andares correndo, mais não fiz, minha alegria se limitou a devaneios mentais e um cigarros aceso em minhas mão.
Chego muito desposto a conversar com ela, o que sempre adorei, até mesmo nossos mais calorosas discuções sobre o relativismo da arte, tolices, agora estou e esperando como um idiota achando que ela já se foi pelo atraso, mais para minha infelicidade ela volta dizendo que estava esperando a meia hora, resposta típica de quem não tem noção do tempo que está lá e provavelmente chegou a alguns minutos, e para impor uma ridícula vaidade sem objetivo coerente mentiu. Sentamos nas escadas acendemos um cigarro, incrível como surgem pessoas dos bueiros pedindo cigarros quando se está parado, evidentemente o dei, sem nenhum problema e ainda com um sorriso lindo de satisfação e um olhar castanho e profundo, como quem um dia gostaria de algo em troca, o rato volta pro bueiro sem que eu perceba, outra qualidade desse tipo de parasita, sumir, ao menos esse agradeceu. Nossa conversa se seguia em decorrencia dos cigarros que fumávamos, um atrás do outro, não sei até agora se eramos muito viciados ou muito angustiados. Assistia os olhos dela enquanto falava, ouvindo sua voz como se fosse algo sem importancia perante a grandeza do conjunto. Conversa amena, num dia ameno as vesperas de uma noite quente. A lua se apresenta linda, esnobe e distante como sempre, caminhamos em direção a um bar qualquer numa rua qualquer em busca de uma bebida qualquer. A garçonete me lançou um sorriso acompanhado de uns olhos brilhantes, como se esse fosse o atrativo do lugar, em um segundo me senti num bordel, e assim estava bom, tolo do homem que acha que nunca pagou por sexo. Ela nos servia sorridente e aquele flerte amistoso me agradava, a mim e a minha acompanhante, que continuavamos sentados e conversando, melhor ela conversando, enquanto eu espiava sua alma pelo buraco da mais belas das fechaduras. Amigos chegaram, e tiraram minha atenção, traziam consigo comprimidos de alegria, era tudo que eu precisava, me deram apenas um, em alguns minutos os olhos que espiava como um menino que vê o mar pela primeira vez já me deparava com uma poça d'agua numa noite chuvosa. Até que sinto uma mão tocar minha coxa esquerda, macias e maliciosas, direcciono meus lagos para seus olhos, e parecia que eu tinha perdido uma moeda dentro daquelas poças estava disposto a recupera-la sem saber o valor e as consequencias que ela teria. Fiz a proposta mais antiga do mundo tocando meus lábios em sua orelha direita, como tem um cheiro bom essa mulher, ela cheira a pecado. Caminhávamos em direção a avenida em busca de um carro de aluguel ou táxi se preferir. Deixamos passar alguns para que pudéssemos degustar nossos cigarros suavemente. dentro do carro ela se jogou em meus braços tocando meu pescoço com aquela devassidão que ela chama de língua, foi como usar um interruptor e nesse caso eu era o objeto.
Subindo as escadas em direção ao quarto, ela estava a minha frente, não sei se pra me provocar com aquele andar profano, que nem um maldito padre deixaria de "pecar", digo que o pecar seria o resistir, resistir a estar vivo, negar a dádiva de sentir prazer pela vida não é só um pecado para com Deus, mais sim com a condição de humano que só vive uma vez. Bateu a porta atrás de mim enquanto ela colocava as mãos dentro de sua grande bolsa e fazendo nevar sobre a comoda, me bateu um frio como se a morte estivesse a beijar meu rosto. Nos debruçamos sobre a comoda como animais de joelhos com dinheiro enrolado nas mãos, uma cena triste demais para se ver, uma cena que quando você vê alguém que se gosta fazendo, você repensa tudo o que julga amor. fomos ao banheiro e limpamos nossos rostos. Começamos a nos beijar numa intensidade absolutamente plástica, as roupas se foram em seguida e o tesão era maior dentro do meu nariz que no corpo que dispunha, mas ainda assim prossegui. Enquanto a penetrava lembrava de nossas conversar sobre amor nos tempos em que eu usava essa palavra, e percebi que tudo o que ela sempre quis é exatamente o que está tendo agora, atos vazios assim como as palavras subjetivas, entendi que eu sempre disse que amava, mas com meus corpo, de meu jeito, com meus olhos brilhantes fincados nos dela depois de fazer amor, com meus lábios grossos entre suas pernas, sentindo o prazer do outro pela língua, junto com as seus mão tremulas de prazer nos meus cabelos, com a minha vida jorrando em seus seios, viscosa, liquida e sobretudo viva, mas a tola sempre preferiu palavras aos atos. Enquanto pensava sentia unhas rasgando minhas costa, uma língua nos contornos da minha orelha e um gemido de satisfação e alivio, quando esses diminuíram abri mão de meu prazer completo, me afastei e olhei atenciosamente para sua boca ofegante, seu rosto brilhante com pouco suor e seus olhos agradecidos, passei os dedos como um batom pelos seus lábios inferiores e me levantei. Alcancei o radio do quarto enquanto me vestia, a musica era linda, rápida e angustiante, ela enlaçou meu braço com seus frageis dedos e pedindo pra que eu ficasse, minha alma sorriu vaidosa, meu coração bateu morno, disse que nunca mais voltaria a um quarto com ela, até que ela encaresse essa experiência como o real amor. Claro que nunca vai enteder um sentimento dessa magnitude e nem cogitei explicar, joguei dinheiro sobre a cama, para pagar o periodo e peguei um derradeiro envelope guandando-o no bolso da calça, enquanto cruzava a porta ouço meu nome gritado, e ele parecia uma palavra que significava suplica, bati a porta, por que sempre existe pena pelas pessoas que deixamos de amar e esse é o único sentimento averso do amor.
Roger Duarte

3 comentários:

Roger Duarte disse...

Desculpem os erros de português. huauhauhuhauhauhauhauhhuahuahua

Yasmim disse...

Acabei comentando tudo sobre este maravilhoso texto contigo no msn.
Resumindo: bem descritivo, pessoal/emocional, metafórico, com frases fortes, texto fluido, ou seja, tudo o que eu gosto. Adorei!
(A puta te ama, deixa de ser tonto. ;)

Yasmim disse...
Este comentário foi removido pelo autor.